BRASÍLIA - Apesar de dedicar período integral aos assuntos relacionados a representação brasileira no Parlamento do Mercosul, é inevitável comentar os destaques do Projeto Ficha Limpa, em discussão na Câmara dos Deputados. Não teria melhor período para migrar para a capital do Brasil. Índios acampados em frente do Congresso Nacional, aposentados reclamam seus direitos, garçons, capoeiristas, ambientalistas, um bando de lobistas todas as terças e quartas-feiras em todas as entradas da Câmara e do Senado... A casa de todos os brasileiros. A pergunta é: quem tem medo do Lobo Mau? Arrasta-se há meses o assunto que já deveria estar solucionado de maneira elementar.
Alguns parlamentares têm medo de quê? Qual seguimento criminal compromete a futura candidatura de cada um?
Seria fundamental, mesmo que utópico, que cada político "abrisse o jogo" com o cidadão e usasse a tribuna para declarar o crime pelo qual foi ou está sendo julgado. Infelizmente a tribuna é usada para retóricas e discursos recheados de falso fervor partidário.
O acordo previa manter o texto em torno de seis destaques e evitar até mesmo os longos e repetitivos discursos da tribuna para acelerar a votação. Ridícula a pressão para a retirada do Projeto as condenações por crime ambiental e crimes contra a saúde pública. Quantos políticos ficariam impedidos de obter o registro eleitoral por terem condenações por crime ambiental e contra a saúde pública?
E por quê o eleitor continua votando em pessoas com este tipo de "currículo", dando-lhes confiança para administrar e legislar nossas vidas?
São tantas perguntas que, parafraseando um conhecido, "perguntar não ofende". Para evitar a alteração do texto é necessário que pelo menos 257 deputados votem sim ao projeto. Acredito no desejo coletivo de manter a imagem de "casa de todos os brasileiros" e não deixar que aqui se torne a "casa da mãe Joana".
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